terça-feira, 10 de março de 2020

Sessão Solene para entrega do TITULO MULHER ICHUENSE


O título de MULHER ICHUENSE foi entregue este ano, no dia 10 de março. A solenidade ocorreu após a sessão ordinária e seguiu ao determinado pela lei 42/16.
Desta vez a vereadora Geovana homenageou a sua mãe, Florisbela Almeida Carneiro, que é uma grande mulher, querida  e amada  por  todos os ichuenses.
Demais mulheres homenageadas este ano foram: Pedrinha, Laurita, Lucia Martins, Maria das Gracas, Eliete, Hosana e professora Natalina.
Confira abaixo a biografia de Florisbela Almeida Carneiro.
 







Florisbela Almeida Carneiro
Florisbela Almeida Carneiro ( Lelinha) filha de Roque Carneiro de Almeida e Alice Margarida Carneiro, nasceu em 04 de março de 1937 na Fazenda Massapê, município de Ichu-Bahia. Sua chegada ao mundo foi motivo de alegria e tristeza por razão da morte de sua mãe após o seu nascimento, ficando órfã juntamente com sua irmã Antonia Carneiro de Almeida, na época com apenas dez meses de vida. Seu pai com 19 anos ficou desorientado sem saber o que fazer da vida,  então resolveu dar suas filhas: Antonia a  sua irmã Maria e Florisbela a Odilia moça solteira filha de Francisca e Janjão proprietários da Fazenda Canavial que havia criado a mãe das duas –Alice.
Florisbela viveu nesta fazenda rodeada de irmãos de criação: Filogonia Carneiro Ferreira, Epifânio José Carneiro, João Carneiro Neto, Tomaz de Aquino Carneiro. Sua infância não foi fácil. Não sabia o que era brincar. Muito cedo aos sete anos, começou a trabalhar. Buscar leite, água, lenha, capinar feijão, milho e mandioca. Quando cansava largava a enxada um pouco e subia nos pés de laranjeira para saborear algumas madurinhas.
Aprendeu a ler e escrever com sua mãe de criação – Odília – que era professora da fazenda. Famosa por ensinar os conteúdos em forma de dramatização, sendo motivo de festa e alegria para os alunos e pessoas das redondezas o dia de assistir esses dramas. Aos dez anos fez sua primeira comunhão.
 Seu pai casou-se novamente e Florisbela ganhou outros irmãos: José Andre de Almeida, Raimundo Carneiro de Almeida, Jorge Carneiro de Almeida e Carlos Carneiro de Almeida. Na época em que todos estavam pequenos seu pai desejou que Florisbela fosse morar com ele, para ajudar a olhar seus irmãos. Mas sabendo da intensão dele, sua irmã Maria o aconselhou a não leva-la para não causar tristeza a Odilia que estava criando desde recém-nascida.
Aos 12 anos de idade fez uma longa viagem a pé, dormindo aqui e ali até chegar em Candeias, para pagar uma promessa feita por sua mãe de criação em intensão de Filogonia que até os 7 anos não andava. Essa viagem foi inesquecível para ela.
No ano de 1958, A jovem Florisbela com 19 anos casa-se com Manoel Nascimento Carneiro (Nezito Pio) e passa a morar na Fazenda Aleluia. Sua vida lá também não era fácil. O trabalho que fazia na Fazenda Canavial, também fazia na Fazenda Aleluia para ajudar seu esposo a criar seus primeiros filhos:. Maria das Dores e Maria das graças Gêmeas que não sobreviveram, Alice Margarida, Maria das Dores(Dodorinha) filha de criação e José Gonzaga. 
Devido uma febre tifoide e impossibilitado de trabalhar, seu esposo precisou da ajuda  do irmão Epifanio que morava em Serrinha. Lelinha arrumou as crianças e o pouco que tinha e lá se foram num carro de boi buscar o tratamento em Serrinha. Dessa época Lelinha se recorda até hoje da música que ouvia todo fim de tarde nos autofalantes da cidade “Quem eu quero não me quer de Elymar Santos.
Restabelecida a saúde,  voltam todos para a Fazenda Aleluia e vieram mais filhos: Antonio Pio, Ana Celia, Osmário Arlan, Elza Solange, , Abnoan Cosme e Geovana Marcia.
Em 1972 Florisbela e esposo resolvem deixar a fazenda passando a morar na cidade em busca de melhores dias e acompanhar de perto seus filhos na escola. Em 1975 nasce então mais um filho, Pedro Cesar, o caçula.
No ano de 2001 Florisbela perde seu companheiro Nezito e continua firme no propósito de ajudar e orientar seus filhos no caminho do bem.
Florisbela sempre foi uma mulher participativa na vida da comunidade ichuense. Desde jovem gostava de rezar e louvar ao Senhor, participando do Coral Soldados de Cristo orientado por Padre Galdino e do Apostolado da Oração, sendo ativa em todas as atividades religiosas seja da igreja, seja da devoção popular. Participou da fundação da AMI em 1969 sendo sócia atuante até os dias de hoje. Foi ministra da Eucaristia, presidente da Legião de Maria (e o é atualmente), sócia fundadora da Associação Comunitária de Radiodifusão Independente FM.
Sempre muito solidária, é chamada de “minha mãe” por muitos ichuenses. Não mede esforços para ajudar alguém: faz consertos em roupa, reza para quem pede, partilha o que tem.
Foi funcionária da prefeitura por um pequeno período, mas sua maior dedicação foi ser mãe, agricultora e servidora do Pai e dos irmãos e irmãs.
Hoje, aos 83 anos, é merecedora do TITULO DE MULHER ICHUENSE por sua história de vida e de luta em favor das pessoas, pois nunca pensou em si mesma, sempre colocou o outro em primeiro lugar.
Parabéns Florisbela, você um grande exemplo para as mulheres de Ichu!


Câmara de Vereadores de Ichu, 10 de março de 2020

Texto de Alice Margarida Carneiro, filha.









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